Relacionando o momento histórico com os feitos das pessoas comuns que viviam aquele momento 80 me deparo com certas reflexões que tomam horas e horas de boas e divertidas sinapses. Por exemplo, fico pensando o que meus pais faziam antes de me convidar a esse mundo (tô falando beeeeeeem antes e não não o exato antes). Imagino quais eram suas frustrações, suas conquistas, seus cotidianos com as coisas que hoje são piada ou assuntos de livros retrô.
É super gostoso lembrar dos congas, do Pogobol, lango-lango, shampoo Colorama, da vida sem código de barras e sem celular... Porém relacionar isso com momentos históricos é bem mais interessante.
As bandas de Rock Brasileiro surgidas nessa época tinham uma coisa em comum: a grande novidade de terem saído de uma ditadura militar, as quais viveram como crianças ou adolescentes. Ou seja, viver um momento de extrema tensão e sem entender muita de coisa, a não ser palavras soltas que os adultos falassem ao seu redor, e de repente ouve-se "TÁ TUDO LIBERADO, GALERA!".
Nessa hora as canções de Belchior e Geraldo Vandré se tornam monumentos que remetem à algo no passado. Que venham Os Paralamas, As Abelhas, Os Engenheiros...
Nos movimentos anteriores às escolas de Rock 80, como Tropicália e Jovem Guarda, por exemplo, tudo era dito em códigos e com palavras medidas e verificadas ponto a ponto pelos militares. Agora não mais! As letras leves e descompromissadas em tom adolescente do Rock 80 mostram bem essa euforia da repentina liberdade. O desejo de um era comprar uma moto, do outro era "por que não eu?". Uns eram maiores abandonados e outros missionários de um mundo pagão.
Muito se fala que nos dias atuais será impossível repetir feitos do passado como o sucesso de vendas do Thriller.
Os dias são outros, as manias são outras e as paixões nem se fala. Nosso cérebro está se transformando veloz e drasticamente no entuito de tentar acompanhar tantas novidades simultâneas. Os bebês de hoje desenvolvem certas habilidades bem mais cedo que seus ancestrais. E assim continuarão em progressão geométrica as gerações vindouras.
Já pararam pra pensar na enorme quantidade de futuro que se converte a cada segundo em presente e, nas mesmas proporções, a quantidade de presente que se converte em passado enquanto fazem a leitura deste humilde blog?
É muito comum a frase "Não fazem mais ________ como antigamente". O triste é que pessoas se prendem ao passado como uma fuga de suas frustrações cotidianas. Só que mais triste ainda é ver pessoas simplesmente jogando pela janela do trem da vida o tempo de existência que lhes foi reservado quando adentraram esse mundo. Normalmente a ficha só cai pra essas pessoas quando não há mais tanto o que fazer para reparar tais enganos.
Por isso meus caros leitores, deixo aqui a mensagem: Vamos tomar conta dos nossos dias. Vamos tomar conta do nosso AGORA. No passado alguém já o fez, mas temo que o futuro seja deixado ao léu. Por mais que seja gostoso lembrar do A-Ha naquele Assustado do primeiro beijo as nossas vidas acontecem agora e só caminham para frente. Então, "vamos viver tudo o que há pra viver", mas sempre em frente. O passado pertence ao passado. Já o presente pertence a nós.
O sentido da vida?
Eu sei: é sempre em frente!
Até a próxima!
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