Ser Artista

Como primeira postagem resolvi escrever sobre algo que tem me incomodado, positivamente, nos últimos dias. Tenho passado horas pensando n'O Ser Artista.

Artista, pra mim, é ser uma antena que capta tudo que está ao redor, sem filtros ou coisa que o valha, processa essas informações e traduz ao grande público. Feito isso publica-se nas mais diversas formas de expressão artística todo esse material processado e traduzido para linguagem dos mortais.
Isso pode ser uma poesia, um quadro, uma dança, uma escultura... Ou seja, a expressão artística da fábrica direto ao consumidor.

Lindo né?

Mas isso foi só pra introduzir o assunto. Um artista não se faz, ele já o nasce. Em outras palavras, isso não é algo que se aprende na escola, ou um desses cursos técnico-profissionalizantes.
Eu, como músico, sei de quantos alunos já passaram por mim sem sequer passar da primeira canção de maneira satisfatória. Sabia desde o início que aquele aluno não iria tão longe. Mas, claro, não iria dizer isso pra nenhum pupilo pois eu poderia estar errado e com isso acabar impedindo que o mundo conhecesse o próximo ídolo da música mundial.
Será mesmo? Falei há pouco que o artista não se faz... então o que ele faria tendo aulas comigo? Não sei! Há casos e casos. Tem gente que o único palco que deseja é sua cama dentro do seu quarto e só. Já outros...

O fato, meus caros leitores, se é que eu os tenho, é que um artista o é em tempo integral e não em horário comercial com dias úteis, férias e tudo mais. O artista simplesmente É.
Uma pessoa não artista consegue se livrar de suas emoções se afogando em trabalho, numa viagem de férias pra desopilar, uma boate bate-estaca, etc.
O artista não, ele não consegue se livrar do seu SER.

Já pararam pra pensar nos momentos em que os artistas não querem ser tais antenas? Imaginem-se captando tudo o que quer e o que não quer, e mais que isso: tudo ao mesmo tempo! Acho que é justo nessa hora que surgem as grandes manifestações artísticas. Porque a idéia visual que tenho desse momento de extrema confusão mental é justamente os desenhos disformes de Picasso. Picasso só um exemplo aleatório!
Forcem suas memórias sobre as diversas expressões artísticas as quais vocês já se depararam nessa vida.

É rápido e mágico nos dias de hoje enumerar os grandes feitos de Einstein. Mas imaginar o que o guiou até chegar onde chegou é que é realmente surpreendente. O que se passava na mente de um ser humano como ele?
Nos seus dias de vida era tachado de preguiçoso, mau-aluno dentre outras características que pai nenhum gostaria de encontrar em um filho.
E o que é Albert Einstein hoje? Um exemplo a ser seguido? Se vocês responderam sim, nesse caso eu coloco Cazuza, o poeta exagerado, na mesma gaveta de Einstein.
Alguém grita: Peraí! Cazuza era traficante de drogas, um drogado, etc. Vai mesmo misturar com Einstein?
Eu não vejo porque não! Os grandes passos que a humanidadade já deu até hoje se deu muitas vezes através de motivos inconcebíveis. Mesmo assim usufruímos desses maus-exemplos do passado fingindo que tá tudo normal!

Hipocrisia? Talvez!

Mas o que seria de nossos dias repletos de celulares, internet, tv's de plasma/lcd... se não fosse a sede insaciável de acreditar que aquele imposível sonho era possível. Não teríamos avião, fotografia, carros...

A grande inovatividade vem justo dessas mentes inquietas, dessas mentes de artistas que o mundo teve e tem. Nsse negócio de parar pra pensar talvez Santos Dummont nunca tivesse alçado o primeiro vôo e Ford não teria idealizado a linha de produção em série.

Este texto funciona como um micro protesto para que nós (também me incluo) tentemos olhar as coisas em nossa volta com olhos de criança, despidos de idéias pré-concebidas, despidos de preconceitos. Valorizemos os nossos queridos que dividem essa existência conosco!

Talvez aquele vizinho loucão e barulhento seja o criador do próximo hit do verão!

Fico por aqui! Espero que tenham gostado!

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